A viagem como forma de experienciar a nossa Ancestralidade!
ancestralidade
substantivo feminino
1. qualidade de ancestral.
2. legado de antepassados; atavismo, hereditariedade.
O ato de viajar vem cada vez mais se tornando um ponto muito importante dentro do processo de evolução da humanidade. Com o passar do tempo, as nossas vidas e relações, estão tendo conexões e percepções mais sutis e intensas dentro do nosso dia a dia, e isso começa a se estender para os momentos fora da nossa rotina, em encontros com amigos, em passeios, trilhas, e inclusive nas nossas viagens.
Tudo isso acontece por um simples fato, o ser humano está em evolução constante, e assim como essa evolução acontece num nível físico, ela também se estende para a consciência, para o emocional e o espiritual. E automaticamente, começaremos a buscar mais profundidade nas nossas relações, nas conexões e trocas com o outro.
E porque não olhar para a sua próxima viagem, como uma oportunidade
para experienciar, conhecer e explorar a nossa ancestralidade?
Muito do que somos hoje, ou praticamente toda a forma que vivemos, são heranças dos nossos ancestrais, e digo ancestrais num sentido bem amplo, como indígenas, africanos, portugueses, holandeses...e por aí vai.
Claro que em um primeiro momento essa ancestralidade brasileira é indígena, mas depois ela se estende e passeia por várias culturas.
cultura
substantivo feminino
1. conjunto de padrões de comportamento, crenças, conhecimentos, costumes etc. que distinguem um grupo social.
2. forma ou etapa evolutiva das tradições e valores intelectuais, morais, espirituais (de um lugar ou período específico); civilização.
3.complexo de atividades, instituições, padrões sociais ligados à criação e difusão das belas-artes, ciências humanas e afins.
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As viagens trazem muito do lado cultural e ancestral de um povo, e com o tempo percebemos que não é algo estranho, diferente ou esquisito e que sim, são hábitos, tradições e riquezas que fazem sentido para aquela comunidade. Quando entendemos que o que o outro faz, tem sentido para ele e o motivo daquilo, é quando conseguimos nos colocarmos no lugar dele, entendendo a história para compreender o que talvez possa ter acontecido no passado, e isso é a empatia, em sua mais pura essência.
Há algum tempo atrás, eu não dava muita importante para o fato de preservar a nossa ancestralidade, até porque com a correria do dia a dia, somente pensando no trabalho, nos boletos e em mim, eu só conseguia pensar no futuro, para frente.
Mas aos poucos, quando os processos de autoconhecimento vem tomando espaço em sua vida, mostrando outras percepções e formas de enxergar a vida, nós vamos nos dando conta de que muito ou praticamente tudo que somos hoje, vem dos nossos antepassados, e muito já foi perdido por ai.
Resgatar hábitos, resgatar tradições é manter viva a nossa própria história, e muito do que existe hoje em nossa sociedade, vem dos nossos ancestrais.
E o ponto mais importante é que: quando temos acesso a esses conhecimentos, percebemos a riqueza de nossa cultura, valorizamos mais e ainda podemos trazer hábitos e costumes para integrar no nosso dia a dia. Como por exemplo, um simples dialeto com palavras novas como Xomano (que significa amigo), e como o prato Mojica de Pintado, que volta e meia gosto de fazer em casa e aprendi na Chapada dos Guimarães.
Quando você começa a entender que as pessoas em determinado destino, possuem hábitos, formas diferentes de lidar com as situações e a trazer isso para o seu dia a dia, você começa a se tornar uma pessoa mais compreensiva e empática, que tenta ver a situação com os olhos dos outros. Isso ajuda a melhorar os seus relacionamentos interpessoais, convivência no trabalho e muito mais.
Se você é uma pessoa que possui um sítio, e vai para a África, na região onde viveram os povos núbios, que criaram um sistema super tecnológico - para a época que viveram, de irrigação de água para partes dos terrenos onde a água não chegava, você terá o conhecimento sobre isso, e já te traz ideias e inshigts, de como você pode resolver diversos desafios em seu sítio, por exemplo.
PORQUE CULTIVAR A NOSSA ANCESTRALIDADE:
- Não deixar morrer milhares de conhecimentos que vem passando de geração em geração;
- Porque há muitos conhecimentos e saberes que podemos adquirir através da cultura, tradições e hábitos;
- Porque existem muitos ensinamentos medicinais feitos através das plantas e natureza, que podem trazer curas para doenças;
- Porque há hábitos e modos de viver mais sustentáveis onde podemos aprender e integrar em nossa realidade atual.
Ao viajar pelo nosso Brasil por exemplo, podemos ir muito mais a fundo, do que conhecer somente os pontos turísticos do local que estamos visitando, e já podemos fazer isso, simplesmente pesquisando sobre a cultura do destino, como pratos típicos, músicas populares, danças ancestrais, filmes e livros locais, e muito mais.
"Minha família é de Recife, e como todo bom pernambucano, sempre me falaram do frevo, até porque sempre vou à Recife em janeiro, onde já tem vários blocos de carnaval pela cidade, mas na infância, me lembro raramente de escutar sobre o Maracatu.
Em uma de minhas visitas em uma tarde por Olinda, eis que passo por uma casa, onde toca aquele batidão do Maracatu, e meio que sem querer, me deixei levar pelo ritmo contagiante."
Assim como o Maracatu, o Coco também nasceu dos engenhos de açúcar pelo interior de Pernambuco, com influências africanas e indígenas. Já a Ciranda, que também vem do mesmo estado, mas da Ilha de Itamaracá, era cantada pelas esposas dos pescadores enquanto esperavam eles voltarem de seu trabalho.
A Congada é uma manifestação cultural com cânticos, bailados e músicas dramáticas que recria a coroação de um rei do Congo. As primeiras manifestações vistas no Brasil foram em Recife, mas atualmente ela é mais vista em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Goiás e Paraná.
O jongo é uma das danças de origem africana e rural do Vale do Paraíba (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), que influenciou o samba de roda, popularmente conhecido no Brasil, e principalmente no Rio de Janeiro.
E assim como as tradições do norte e nordeste brasileiro, no outro extremo também há muita cultura e tradição para ser explorada, como por exemplo, o Vanerão que é um estilo de dança típica do Rio Grande do Sul e Paraná, e que tem origens na Alemanha.
Já o Chamamé, é um estilo musical da Argentina, com raízes dos povos indígenas guaranis, e é muito escutado no Paraná, e a Milonga é uma dança tradicional da América Latina e Espanha, que também está muito presente no Paraná.
Isso sem contar toda a região central do Brasil que é extremamente rica em cultura e ancestralidades.
A ideia aqui não é citar todos os tipos de manifestações culturais e patrimônios imateriais tombados pelo IPHAN, mas sim trazer o conhecimento, a consciência e a importância de preservar os hábitos e tradições que vieram de nossos ancestrais, porque muito disso, já foi perdido ao longo dos anos, e muito disso, é solução para milhares de problemas que temos atualmente em nossa sociedade.
E você já conhecia alguma das manifestações citadas aqui?
Conhece alguma manifestação que te impacta e inspira? Compartilha aqui nos comentários (: