Uma experiência transcendental na Chapada dos Veadeiros
Estava meia perdida com diversas questões dentro de mim pairando pelo ar, e logo chegou a viagem para a Chapada dos Veadeiros com uma amiga em um feriadão de novembro. Em meio à essas atribulações, em um belo dia de sol, o primeiro passeio era para a Cachoeira de Santa Bárbara. Logo no início do dia o guia passou em um hotel para pegar mais um casal e fomos, nós cinco em direção a Cavalcante.

No caminho, com as janelas abertas, o vento, o sol e com o ar do chapadão já era possível sentir um clima diferente, uma energia pulsante no ar! E além de amar conhecer pessoas, conversa vai conversa vem, me deparo com um guia que largou tudo em Búzios com emprego em restaurante renomado para viver uma vida mais leve e tranquila na Chapada dos Veadeiros. E logo o casal também começou a contar seus causos históricos de viagens com natureza, fotografias e cristais.
Após 100 km de estrada até Cavalcante, seguimos em direção a Comunidade Kalunga em mais 33km de estrada de terra!
Logo na chegada agendamos o almoço e seguimos para a Cachoeira de Santa Bárbara, que após uns 3 kms de caminhada, chegamos ao primeiro poço encantador e já fiquei sem palavras! Continuamos na caminhada e logo quando olho para frente vejo algo impressionante, a cachoeira mais linda que já vi na vida, e além disso senti toda a sua energia!
Estava explicado toda aquela explosão de sentimentos que já vinha durante todo o dia! E o melhor ainda estava por vir!
Logo fomos à Cachoeira das Capivaras, que é belíssima, e na volta paramos no restaurante caseiro na Comunidade Kalunga para almoçar, onde estava outro guia com duas turistas de São Paulo.
Telhado de palha, redes de descanso e mesas enormes para sentarmos juntos, compartilharmos vivências, e nos servimos da melhor comida caseira goiana, com direito à muita conversa boa.
Eu curiosa como sempre, já comecei a puxar papo com as turistas e o guia, e foi surgindo o assunto de sentido da vida, o que realmente vale a pena, será que tudo isso (bens materiais) valem a pena, espiritualidade, como poderíamos fazer mais e ajudar quem realmente precisa, projetos sociais, resumindo, uma tarde completamente tocante pra mim naquele momento, em que um dos meus principais questionamentos eram exatamente esses!
O que eu estou fazendo da minha vida? Eu sempre pensei que queria ter uma vida com propósito, com um legado, e não me imaginava conhecendo a Chapada dos Veadeiros tão repentinamente, e logo estava eu ali no meio do Brasil, em uma comunidade Kalunga cheia de histórias para ouvir e compartilhar, com aquelas pessoas que me trouxeram luz e de uma certa forma, vida novamente!
Foi um momento de uma nova fase, um renascimento, uma nova vida para mim, onde eu comecei a pensar que devia com toda a certeza começar a compartilhar as histórias que eu vivenciava, compartilhar conhecimentos e criar as memórias afetivas que foram minhas, mas espero que se tornem um pouco de cada uma das pessoas que lerem também!
E chegando em São Paulo, as três primeiras coisas que fiz foi: começar a escrever sobre tudo que tinha vivenciado na Chapada dos Veadeiros, ver informações sobre viagens de voluntariado de baixo custo e definir as datas das próximas férias, que seriam com certeza para uma outra Chapada.
Eu sei que se eu não tivesse vivido cada experiência dessa, eu não seria a mesma pessoa que sou hoje.