Um Paraíso Ecológico chamado Chapada Diamantina: Tudo que você precisa saber para visitar

De repente estou sobrevoando uma mata verde sem fim, e o comandante anuncia: "Tripulação preparar para o pouso". E eu olho pela janela, de um lado para o outro tentando encontrar algum vestígio de asfalto, pista ou estrada...e nada, sem sucesso. Penso..."onde será que ele vai pousar?" Após uns cinco minutos, já estou no aeroporto de Lençóis, uma espécie de rodoviária de tão pequeno - mas isso não tira seu charme, apenas deixa o início da viagem mais instigante. Todos esperam ansiosos olhando através da janela do segundo andar, pelos turistas da cidade grande, que vem em busca de paz, natureza ou muita aventura.

VÁ: se for um amante da natureza.

NÃO VÁ: se não suportar trilhas.

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E assim foi o início - depois de ter passado o dia inteiro voando, com duas conexões e estar morta de cansaço - de uma das melhores aventuras de viagem que já tive até hoje, se bem que não foram tantas assim rs. Mas experiência que é experiência tem que ter emoção, perrengue e aquele friozinho na barriga. O Parque Nacional da Chapada Diamantina contempla uma extensa área de extrema relevância, e foi criado em 1985 com o intuito de preservar uma das regiões mais exuberantes do Brasil. Com muitas cavernas, grutas, cachoeiras, montanhas, cânions, diversos tipos de vegetação, fauna e flora riquíssimas, esta região é capaz de deixar qualquer visitante impressionado com suas belezas. Lugar perfeito para desconectar do clima 24 horas das grandes cidades cosmopolitas, entrar em contato total com a natureza, se renovar e se inspirar.

COMO CHEGAR:

O principal aeroporto da região fica próximo a cidade de Lençóis (cerca de 20km de distância). A empresa AZUL Linhas Aéreas oferece o trecho todos os domingos e terças, vindo de Salvador normalmente. Após chegar ao aeroporto, será necessário contratar um transfer ou táxi para chegar ao seu hotel.

DICA: Muitos turistas, compram o voo até Salvador e de lá pegam um ônibus que vai até as principais cidades da Chapada. A empresa Real Expresso faz o trecho Salvador à Lençóis (426km, cerca de 5h15), Palmeiras e Vale do Capão, e a empresa Águia Branca liga Salvador à Andaraí (430km, cerca de 5h15), Igatu, Ibicoara e Mucugê.

Pode não parecer, mas a região do parque é muito extensa, então é muito importante escolher o seu hotel de acordo com os passeios que deseja fazer por lá. Como é possível observar no mapa abaixo, a região norte do parque fica cerca de 200km de distância da parte sul (e dependendo da cidade pode ser até mais). Este é um fator determinante para a escolha de seu hotel na região, pois é muito difícil de fazer um bate e volta para o outro lado do parque, pois além das trilhas que pedem descanso e preparo físico, você terá que rodar de carro (alugue o seu veiculo aqui) e muitas vezes em estradas não tão boas.

SE EU FOSSE VOCÊ: Aproveitava a oportunidade de já estar em uma dessas regiões, alugaria um carro e passaria mais uns 2 ou 3 dias, pra curtir o lugar com mais tranquilidade e dar tempo de conhecer as duas principais regiões do Parque Nacional da Chapada Diamantina.

AMBIENTAÇÃO NA CIDADE:

A cidade de Lençóis é a porta de entrada da Chapada Diamantina, local com maior infraestrutura de hotéis, restaurantes, lojas e bares. Para quem gosta de cidades mais agitadas, Lençóis é a escolha perfeita no norte da Chapada. Já o Vale do Capão, que também é muito conhecido, é uma vila super fofa, rústica, tranquila e bem hippie. Todas as pessoas que desejam tranquilidade ao extremo preferem ficar por lá.

No meio do caminho está Palmeiras, cidade que proporciona uma experiência autêntica e diferenciada para quem deseja tranquilidade e preços mais em conta. APROVEITE PARA: se hospedar em Palmeiras. VEJA MAIS INFORMAÇÕES AQUI. E também o povoado de Conceição dos Gatos, com aproximadamente 100 habitantes, possui diversas atrações para serem desvendadas, como a Cachoeira de Conceição dos Gatos e o Poço das Cobras.

CULINÁRIA:

Diferentemente do que esperava ver, a culinária regional local da Chapada Diamantina é leve, repaginada, sustentável e trás ingredientes naturais para incrementar as receitas. Um dos pratos que mas me chamou a atenção foi a moqueca de jaca, criado pela nativa Dona Maria, leva o palmito da jaca verde (ainda madura) e substitui o peixe da moqueca tradicional. Acrescentando os temperos, a moqueca de jaca fica bem parecida, mais leve e saudável do que a receita tradicional, e ainda é possível encontrar outros pratos com o palmito, como o pastel de palmito de jaca.

Além disso, é possível encontrar muitas frutas e verduras na mesa dos baianos da Chapada, e um desses pratos é a palma - aquele cacto encontrado facilmente pelas estradas da região. Ele é fonte de muitos nutrientes, utilizado em locais com grandes períodos de seca e também na alta gastronomia pelo mundo. Junto a isso, é possível observar, sucos mesclando ervas e ainda um dos melhores cafés do Brasil, que é produzido na região, e diga-se de passagem, tem até café agroecológico.

No povoado de Conceição dos Gatos, é possível apreciar a moqueca de jaca no Restaurante Boa Vista, acompanhado de suco de abacaxi com capim limão, e de sobremesa as vezes tem torta de chocolate dos Deuses!! E claro, para quem não tiver afim de experimentar as iguarias locais, o restaurante oferece diversos outros pratos como galinha caipira.

Uma ótima opção com comida caseira feita na hora, é o Restaurante da Dona Beli que fica no centrinho do Vale do Capão. No cardápio há varias opções de carnes e galinha caipira. E também o Café Terroá para apreciar os diversos tipos de café da região produzidos por eles mesmo, com algumas opções de acompanhamentos, como brownie vegano, bolos caseiros e outras guloseimas.

SE EU FOSSE VOCÊ: Aproveite para visitar a Fazenda Riachinho, um refúgio verde no meio da Chapada, que ganhou meu coração. Com seu café agroecológico, praticamente artesanal, é produzido apenas com a ajuda de algumas máquinas e todos os grãos são separados à mão. O café é o carro chefe da fazenda, mas eles produzem também frutas cristalizadas e cogumelos.

DICA: Quando você estiver lá, procure o proprietário Zé Eduardo que explica e mostra detalhadamente todos os processos feitos na fazenda. Além disso, eles recebem voluntários que ajudam na produção do café, e ainda possuem alguns chalés para quem deseja realmente descansar em meio à natureza.

A cena gastronômica da Chapada Diamantina é muito rica e multifacetada, sempre dando espaço ao novo e natural, e ainda é possível ver pratos que levam ingredientes como banana da terra ou até óleo do coco licuri em muitos dos restaurantes de Lençóis.

COMPRAS / VIDA NOTURNA:

Praticamente as únicas opções de compras e vida noturna estão em Lençóis. Lá tem lojinhas que vendem lembrancinhas, cartões postais, roupas e utensílios para as trilhas. Há também mercados, ótimo para dar uma passadinha antes das trilhas e comprar aqueles lanchinhos, para não ficar desprevenido no meio da trilha.

Quando vai caindo a noite, os restaurantes e bares colocam as mesas nas calçadas, alguns com música outros com decoração rústica, chamando a atenção dos visitantes para curtir um pouco da noite baiana na Chapada, e isso acontece também na praça do Vale do Capão.

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Ficar uns dias no meio do mato, desacelerar do ritmo da Cidade Bolha, conhecer lugares e pessoas novas, esquecer qual é o dia da semana, se deixar levar pelo desconhecido, esquecer dos assuntos mais comentados pela mídia, se jogar de cabeça em algo novo, renovar, inovar com coragem em busca de novas experiências e crescer muito interiormente...detox de alma, paixão por experiências, pela vida.

Na volta o ritual foi semelhante, após fazer o check-in e despachar a mala, fiquei ali sentada observando a mini rodoviária charmosa - aeroporto de Lençóis - Ba, cheia de fotos da Chapada Diamantina, com cachoeiras, trilhas e muitos animais. Fiquei ali por horas, escutando o silêncio, sentindo a energia do lugar e o meu pensamento era um só...Eu ainda vou voltar pra esse lugar..

Você já foi pra Chapada Diamantina? Tem vontade de ir? Conte-nos tudo aqui nos comentários! :D